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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025

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Papo de Bateria - Análise dos Desfiles da Série Ouro

Baterias da Série Ouro do Grupo de Acesso

Papo de Bateria - Análise dos Desfiles da Série Ouro
Feras do Samba
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Cobertura Feras do Samba Carnaval 2022
Baterias da Série Ouro do Grupo de Acesso

Freddy Ferreira (pista) e Renato dos Anjos (primeiro recuo)

Em Cima da Hora

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A bateria Sintonia de Cavalcante de Mestre Wando fez uma boa apresentação na abertura dos desfiles. Surdos de terceiras acrescentaram balanço ao ritmo, além de executarem paradinhas usando duas macetas. As frigideiras no meio da bateria adicionaram molho, ampliando a sonoridade. Agogôs executaram o desenho rítmico pautados pela melodia do samba. Cuícas corretas preencheram a musicalidade com solidez, bem como a ala de chocalhos segura deu valor sonoro ao ritmo da bateria da Em Cima da Hora. O naipe de tamborins executou o desenho rítmico com limpeza e exatidão, dando bom volume à parte de frente do ritmo. As paradinhas tiveram execução próxima de correta. A bossa principal da escola, que era mais extensa, foi desmembrada em outras duas, configurando um acerto musical que proporcionou dinamismo ao som produzido pela bateria da tradicional Em Cima da Hora. O destaque musical foi a paradinha com alusão à batida funk.

Cubango

A bateria Ritmo Folgado (RF) de Mestre Demétrius fez uma apresentação muito boa. A afinação privilegiada de surdos deu sustentação e amparo musical aos demais naipes. O swing envolvente dos surdos de terceira foi notado. O toque destacado das caixas de guerra da bateria da Cubango serviu como base rítmica. O complemento das peças leves auxiliou no preenchimento da sonoridade, elevando a qualidade do ritmo. Uma ala de tamborins com toque chapado, limpo e ressonante foi conduzida por um diretor de impressionantes quinze anos. Tudo sincronizado com um naipe de chocalhos que tocou de forma firme e segura. As paradinhas misturaram complexidade de execução e boa concepção musical. A execução das bossas se deu de maneira ritmicamente impecável. O destaque musical ficou com a paradinha com solo de atabaques e agogôs de duas campanas (bocas), tanto pelo som quanto pela proposta cultural. Os atabaques tocavam com baquetas, o que remete ao Aguidavi, vareta de aspecto sagrado para percussão nos rituais de Candomblé.

Unidos da Ponte

A estreia de Mestre Branco Ribeiro na bateria Ritmo Meritiense foi excelente. A afinação exemplar de surdos foi notada. Marcadores tocaram com firmeza, ditando o andamento do samba. O arranjo musical envolvendo os surdos no final da primeira do samba propiciou uma fluidez musical, tudo pautado na variação melódica do samba. O balanço produzido pelas terceiras merece menção positiva. O acompanhamento de peças leves ocorreu com solidez. A ala de tamborins executou a convenção rítmica de modo preciso, produzindo bom volume e agregando na musicalidade da bateria da Unidos da Ponte. Chocalhos tocaram de forma firme, assim como cuícas e agogôs auxiliaram no preenchimento musical do ritmo. Foi possível notar a bateria tocando de forma mais leve na segunda, valorizando ritmicamente os traços melódicos do samba da Ponte. As paradinhas aliaram concepção musical acima da média, além da execução irretocável durante a passagem da bateria da Ponte.

Unidos do Porto da Pedra

A bateria Ritmo Feroz do excêntrico Mestre Pablo fez uma ótima apresentação. A boa afinação de surdos serviu de base para o ritmo. O balanço dos surdos de terceira embalou a bateria da Unidos do Porto da Pedra, inclusive utilizando duas macetas nas paradinhas. O complemento das peças leves auxiliou a preencher a musicalidade. A ala de chocalhos desfilou com uma só fila na cabeça da bateria e os demais ritmistas perfilados dentro cozinha. O naipe de tamborins executou o desenho rítmico de forma segura, com coesão e produzindo uma sonoridade notável. A convenção rítmica dos agogôs também merece menção positiva, se baseando nas nuances da obra. As bossas foram executadas com precisão, mesmo possuindo grau extremo de dificuldade. Tudo com uma concepção musical marcada pela complexidade e pautada pela ousadia rítmica. A paradinha de maior destaque sonoro foi a do refrão do meio, onde era possível ouvir um solo envolvente de ritmistas que tocaram timbal. O timbal, inclusive, tem participação fundamental na musicalidade da bateria, assim como em bossas.

União da Ilha

A Baterilha dos Mestres Keko e Marcelo fez uma grande apresentação. A afinação de surdos proporcionou uma base de sustentação rítmica sólida, fazendo com que o balanço formidável dos surdos de terceira fosse notado. As caixas de guerra com acentuação rítmica característica tocaram de forma ressonante. O complemento das peças leves se deu de modo sublime. A ala de tamborins produziu uma sonoridade coesa exemplar. O naipe de chocalhos ecoou com firmeza, dando volume a cabeça da bateria. As paradinhas tem alto grau de complexidade e uma concepção musical acima da média. A utilização de um sino em duas bossas tocado por Mestre Keko empolgou o público, além de contar visualmente com a simpatia dos jurados. A subida tradicional e identitária na cabeça do samba em forma de breque acrescentou valor sonoro a apresentação da bateria da União da Ilha. Uma apresentação grandiosa da Baterilha.

Unidos de Bangu

A bateria Caldeirão da Zona Oeste (CZO) de Mestre Léo Capoeira fez um bom desfile. As caixas e repiques foram sustentados por marcadores com precisão, além da notável boa afinação. O acompanhamento das peças leves obteve qualidade sonora. Uma ala de tamborins com bom volume e desenho rítmico pautado nas nuances da obra casou bem com um naipe de chocalhos ressonante, propagando uma consistente sonoridade. Os agogôs complementaram o ritmo com toque baseado na melodia do samba. O conjunto de paradinhas apresentado pela bateria de Unidos de Bangu foi musicalmente irretocável. Uma concepção musical primorosa ficou destacada por uma bossa na segunda do samba que intercalava breques identitários da bateria da Mocidade Independente, além de uma retomada com a tradicional subida “cascavel” de chocalhos, batida de caixas da Não Existe Mais Quente e surdos tocando de forma invertida, para remeter a afinação da Mocidade. A produção sonora envolvendo a paradinha do refrão do meio também merece menção positiva. Foi possível perceber um toque de caixas remetendo a marchinhas, homenageando a bandinha do Bangu que historicamente toca em dias de jogos no estádio Moça Bonita. A execução das bossas pela pista ocorreu sem nenhum transtorno musical

Acadêmicos do Sossego

A bateria Swing da Batalha de Mestre Laion se apresentou muito bem. Foi possível notar uma afinação de surdos privilegiada, que auxiliou na sustentação do ritmo, além de agregar valor sonoro junto das terceiras com bom balanço. As mesmas terceiras usaram duas macetas para preencher a musicalidade nas paradinhas. O complemento das peças leves ocorreu de maneira sólida. Um naipe de tamborins com toque chapado, firme e com ótimo volume foi percebido. Agogôs, chocalhos e cuícas deram o auxílio correto e seguro no acompanhamento. As paradinhas tiveram grau de dificuldade elevado, além de complexidade musical, no que tange à sua concepção criativa. Bossas com apelo de interação popular tiveram ótimo aproveitamento, além de recepção positiva do público. Na paradinha do refrão do meio, os ritmistas abaixavam saudando e cumprimentando a plateia, além de jurados, recebendo ovação popular. Já na outra bossa iniciada no refrão principal, a bateria abriu o espaço do corredor, sendo realizadas danças xamânicas no meio do ritmo, agregando culturalmente ao enredo da escola.

Lins Imperial

A estreia de Mestre Átila na Lins Imperial foi regular. Alguns marcadores confundiram firmeza com excesso de força, principalmente nos surdos de segunda. O que ocasionou alguns desencontros e emboladas ao longo da Avenida. O problema se agravou próximo a entrada da bateria da Lins no segundo recuo, onde a bateria atravessou. Da pista de desfile foi possível perceber certos momentos de inconstância no som, até sendo notado um certo atraso. O acompanhamento de peças leves auxiliou no preenchimento da musicalidade. Tamborins com bom volume e chocalhos corretos. Uma ala de cuícas dando valor sonoro a cabeça da bateria. A paradinha de destaque foi a do refrão do meio, quando os ritmistas viraram de frente para os jurados. O ritmo remetia à bateria da Mangueira, no enredo sobre o trapalhão mangueirense Mussum, cria da comunidade da escola do bairro do Lins de Vasconcelos. A nota negativa que merece ressalva é relativa ao excesso de pessoas com blusa escrito “bateria” na lateral da pista, que prejudicou a cobertura dos profissionais envolvidos, além de atrapalhar os ritmistas.

Inocentes de Belford Roxo

A bateria Cadência da Baixada fez uma boa apresentação, na estreia de Mestre Juninho. Uma bateria da Inocentes de Belford Roxo pesada, com afinação de surdos que amparou o ritmo de caixas e repiniques sobre uma plataforma grave sólida. O bom balanço dos surdos de terceira foi notado. Um acompanhamento de peças leves que aumentou a sonoridade da cabeça da bateria, auxiliando na equalização. Uma ala de tamborins firme e coesa, com quatro filas de ritmistas, o que para grupo de Acesso é praticamente um luxo. O naipe de chocalhos sincronizou corretamente o toque com os tamborins, além das cuícas que preencheram a musicalidade de modo consistente. A paradinha de maior destaque, além de complexidade musical foi executada com terceiras usando duas macetas, fazendo referência sonora ao maracatu de baque virado, atrelando cultura musical ao enredo sobre a “Noite dos Tambores Silenciosos”. As bossas foram realizadas de forma pela pista de desfile.

Estácio de Sá

A apresentação da Bateria Medalha de Ouro de Mestre Chuvisco foi muito boa. A boa afinação de surdos foi notada. As caixas de guerra tradicionalmente carregadas pelo braço, sem uso de talabarte, serviram de base rítmica para as demais peças com seu toque característico. O complemento acima da média das peças leves preencheu o conteúdo rítmico com exatidão e qualidade. Os agogôs pontuaram melodicamente o samba. O toque do naipe de chocalhos casou com a ala de tamborins, que executou a convenção rítmica repaginada do Carnaval de 1995, auxiliando de modo efetivo com a sonoridade da bateria da Estácio. As paradinhas estacianas mesclaram complexidade de execução, ótima concepção musical, bem como movimentos interativos que receberam ovação popular durante o desfile. O destaque como arranjo musical ficou com a paradinha do refrão do meio, que no início da segunda fez as caixas tocarem no ritmo da tradicional Charanga Rubro Negra, adequando sua proposta sonora ao enredo da Estácio. As bossas foram bem executadas na Avenida, ampliando a sensação de grande trabalho efetuado por Mestre Chuvisco e os ritmistas da escola do morro do São Carlos. Um verdadeiro sacode da bateria da Estácio de Sá!

Acadêmicos de Santa Cruz

A bateria Tabajara da Zona Oeste de Mestre Riquinho fez uma apresentação próxima de correta. Algumas imprecisões e oscilações foram percebidas por parte dos marcadores, mas nenhuma delas de forma destacada em frente a jurado. O toque das caixas de guerra não apresentou uniformidade em sua batida, mas sem gerar consequência à unidade rítmica, devido a qualidade notável dos ritmistas do naipe. No acompanhamento de peças leves uma ala de tamborim com bom volume ajudou a preencher a musicalidade, assim como o naipe de agogôs executou seu toque pautado nas nuances do samba da escola. O breque de subida foi executado de modo constante, agregando valor sonoro ao ritmo, com tamborins efetuando tapas no contratempo no final do mesmo. O destaque musical ficou a cargo da complexa paradinha do refrão do meio. Já a bossa do refrão do meio iniciou com ritmo de afoxé no toque dos surdos, terminando com solo de timbal com agogô.

Unidos de Padre Miguel

A bateria Guerreiros de Mestre Dinho fez um bom desfile. A boa afinação de surdos foi notada, com timbre mais grave. O bom balanço proporcionado pelos surdos de terceira contribuiu com a musicalidade da bateria da Unidos de Padre Miguel (UPM). O acompanhamento acima da média das peças leves ajudou na equalização da bateria, além de propiciar equilíbrio ao ritmo. A ala de tamborins desfilou de modo coeso, alcançando uma sonoridade uníssona, além de um volume sublime, acrescentando valor musical a bateria da UPM. O naipe de chocalhos obteve uma produção sonora que auxiliou no preenchimento musical da cabeça bateria, assim como agogôs e cuícas ajudaram com precisão. As paradinhas possuem elevado grau de complexidade, tendo sido executadas corretamente pela pista. A bossa de destaque reúne atabaques fazendo solo remetendo ao toque da Vamunha, além de executarem a batida com duas baquetas, representando o aspecto de valor sagrado envolvendo o Aguidavi, espécie de vareta de percussão para atabaques nos rituais de Candomblé. Com o valor cultural atrelado à sua musicalidade, o desempenho da bateria de Mestre Dinho ocorreu sem eventuais transtornos sonoros diante dos jurados. A nota musical negativa fica para o som da Avenida logo após a bateria Guerreiros sair do segundo recuo, chegando a faltar retorno sonoro de dentro da pista, além de ter sido evidenciado certo atraso. A referida falha felizmente não acarretou prejuízos sonoros

Acadêmicos de Vigário Geral

A bateria Swing Puro de Mestre Luygui fez uma boa e sólida apresentação. A afinação de surdos merece menção musical positiva, já que amparou um balanço dos surdos de terceira diferenciado. Isso aliado a um bom trabalho dos repiques, além uma batida de caixas com volume, ressonante e demonstrando coesão rítmica. O acompanhamento das peças leves foi correto. Um naipe de chocalhos tocando com firmeza e uma ala de tamborins com bom volume. Uma ala de agogôs acima da média foi notada, bem como um naipe consistente de cuícas. O arranjo musical envolvendo virada com os surdos deram swing envolvente ao ritmo, tanto na primeira quanto na segunda do samba, acrescentando valor sonoro a bateria da Vigário Geral. As paradinhas uniram complexidade musical a um grau de dificuldade alto. As bossas foram realizadas de maneira correta nos módulos de jurados. O destaque musical ficou com a paradinha com solo de atabaques junto dos agogôs, produzindo uma inegável qualidade sonora.

Império da Tijuca

A bateria Sinfonia Imperial de mestre Jordan fez uma ótima apresentação. Uma afinação exemplar de surdos foi notada, dando sustentação e permitindo a fluência rítmica entre os diversos naipes. O balanço das terceiras adicionou valor sonoro a bateria do Império da Tijuca. O complemento das peças leves preencheu a musicalidade do ritmo com eficácia. A ala de tamborins passou firme e coesa, acrescentando na sonoridade a parte da frente da bateria. Tudo sincronizado com um naipe de chocalhos qualidade e com precisão, além da bela ala de cuícas. As paradinhas possuem um apurado grau de dificuldade, tendo sido realizadas de modo satisfatório pela Avenida. A bossa que começa no final da segunda foi utilizada junta com outra que inicia no refrão principal, só terminando na primeira do samba. Isso construiu uma narrativa rítmica extensa e dinâmica na apresentação da bateria da escola do morro da Formiga, evidenciando o bom ritmo da bateria do Império da Tijuca.

Império Serrano

A estreia de Mestre Vitinho na Sinfônica do Samba foi excelente. Uma bateria do Império Serrano com privilegiada afinação de surdos, fora o balanço envolvente das terceiras, dando molho para que as caixas rufadas tocadas tradicionalmente embaixo pudessem brilhar. Tudo isso atrelado musicalmente a um complemento de peças leves sólido e com sonoridade sublime. Os agogôs da Serrinha foram um espetáculo à parte em ritmo, condução melódica, além do luxuoso auxílio na paradinha da capoeira. A ala de tamborins executou sua convenção rítmica baseada na melodia do samba de modo eficiente, chapado e sincronizado com um naipe de chocalhos que tocou firme, propagando boa sonoridade. As paradinhas possuem concepção criativa de grau elevado e alta complexidade relativa à execução. A bossa musical de maior destaque uniu o peculiar ritmo da bateria do Império Serrano e uma interação que garantiu uma apresentação de capoeiristas, além de solo de berimbaus com os agogôs imperianos. O público presente ovacionou a referida paradinha. As execuções das bossas pela pista de desfile foram ótimas, com paradinhas bem feitas, garantindo o show imperiano!





FONTE/CRÉDITOS: Freddy Ferreira e participação Renato dos Anjos
Comentários:
Freddy Ferreira

Publicado por:

Freddy Ferreira

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