A segunda noite de Ensaios Técnicos das Escolas de Samba da Série Ouro, foi debaixo de chuva, mas isso não esmoreceu em nada as quatros escolas que se apresentaram ontem na Marques de Sapucaí. União de Maricá, Acadêmicos de Niterói, Unidos de Bangu e União da Ilha, mostraram seus trabalhos frutos da preparação que vem sendo feita para o carnaval 2024.
A estreante da noite União de Maricá, campeã da Série Prata em 2023, abriu os ensaios muito emocionada por estar pisando pela primeira vez no Sambódromo. E nem a chuva que acompanhou todo o ensaio, diminuiu a empolgação dos componentes da representante da cidade de Maricá.
Com o enredo “O Esperançar do Poeta”, do carnavalesco André Rodrigues, a escola fará uma homenagem aos compositores, tendo como fio condutor Guaracy Sant’anna, o Guará, autor de sambas marcantes, como “Sorriso Aberto”, eternizado na voz de Jovelina Pérola Negra, dentre tantos outros.
O samba que tem um refrão que já caiu no gosto popular, “Maricá é meu país! Meu país é Maricá!”, foi muito bem defendido pelos intérpretes Nilo do Milênio e Matheus Gaúcho.
A comissão de frente coreografada por Patrick Carvalho veio representando o malando sambista e foi bem aplaudida pelo público, com sua dança.
O primeiro casal de mestre sala e porta bandeira Fabrício Pires e Giovana Justo mesmo com a pista escorregadia, conseguiram fazer um lindo bailar com movimentos bem sincronizados onde mostraram que a experiencia nesses momentos de alguma dificuldade ajuda muito.
A bateria Maricadência comandada pelo Mestre Paulinho Steves, embalou os componentes da escola, não permitindo deixar cair a vibração da escola.
A rainha de bateria Rayane Dumont, brilhou a frente da bateria de Maricá esbanjando simpatia e samba no pé.
Com certeza o presidente Tadeu Marinho, Tadeuzinho, e o diretor de carnaval Wilsinho Alves ficaram satisfeitos com ensaio de sua agremiação, que teve uma evolução com muita vibração e um canto forte. Quesitos importantes para um bom desempenho no desfile oficial.
A segunda escola da noite a se apresentar, também debaixo de chuva, foi a Acadêmicos Niterói, presidida por Hugo Jr. A agremiação será a sétima a desfilar na Sapucaí, na sexta-feira de carnaval, pela Série Ouro. A azul e branco vem com o enredo ”Catopês, um céu de fitas”, do carnavalesco Tiago Martins, inspirado na quase bicentenária tradição de Montes Claros, a festa de Catopês (norte de Minas). Uma comitiva dos Catopês, Marujos e Caboclinhos veio a o Rio de Janeiro para acompanhar o ensaio técnico.
A comissão de frente de Fabio Batista veio vestida na temática do enredo com movimentos e danças baseados nos Catopés. Estavam descalços e tiveram que redobrar os cuidados nos passos para não escorregar na pista molhada.
O primeiro casal, os irmãos Vinícius Pessanha e Jack Pessanha, tiveram um belo desempenho e com muito entrosamento mostraram totais condições de alcançar as notas desejadas no dia 09 de fevereiro.
O intérprete Tuninho Jr estreante na escola comandou o carro de som e conduziu bem o samba da escola da Cidade Sorriso, que tinha o seu refrão da cabeça como destaque da obra.
O primeiro casal, os irmãos Vinícius Pessanha e Jack Pessanha, tiveram um belo desempenho e com muito entrosamento e mostraram totais condições de alcançar as notas desejadas no dia 09 de fevereiro.
Mestre Demetrius Luiz e os ritmistas da bateria Cadência de Niterói realizaram um ensaio preciso e envolvente. A frente da bateria a nova Rainha Heather Anchieta, natural de Niterói e radicada nos EUA, e o Rei Jorge Amarelloh que cativaram os presentes com suas apresentações.
Apesar da empolgação, a azul e branca de Niterói deixou um pouco a desejar no canto, que não foi tão coeso, principalmente nas alas finais. Mas nada que depois desse ensaio a escola não consiga acertar e chegar ao carnaval em sua plenitude.
Unidos de Bangu, foi a terceira escola a se apresentar e assim como suas coirmãs anteriores, enfrentou problemas com a chuva. A vermelha e branca da zona oeste, vai trazer o enredo “Jorge da Capadócia” desenvolvido pelo carnavalesco Robson Goular. Contando toda a trajetória do Santo Guerreiro e seu sincretismo. Um dos santos mais popular no Brasil e no mundo.
O presidente Leandro Augusto, agradeceu e enalteceu os componentes de sua comunidade que com muita dificuldade conseguiriam chegar ao ensaio, apesar de Bangu e bairros das redondezas estarem sofrendo com a chuva desde cedo. A escola foi a que levou o menor contingente para a avenida.
Os intérpretes Igor Vianna e Pipa Brasey conduziram os componentes da escola com uma bela apresentação do samba-enredo ajudando na harmonia e canto da escola.
O experiente Fabio Costa é o coreógrafo da comissão de frente. Em seu segundo ano na escola ele pretende manter o bom trabalho do ano passado. Apesar da chuva seus comandados fizeram uma boa exibição e prometeram surpresa para o desfile oficial.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira são Jorge Vinicius e Verônica Lima. Ele está estreando como primeiro na Série Ouro, e trouxe uma espada como adereço para sua exibição. Verônica teve que se esforçar para desfraldar o pavilhão com a ventania que atrapalhava.
Mas ambos mantiveram os movimentos sincronizados com um bom desempenho.
A bateria Caldeirão da Zona Oeste de Mestre Laion fez boa apresentação e parece estar no caminho certo para gabaritar novamente o quesito, como no ano passado. A Rainha de Bateria Wenny Isa chegou à avenida brilhando em um tripe de um cavalo em alusão a São Jorge Guerreiro, e depois esbanjou charme e simpatia ao longo da avenida a frente da bateria.
A sétima escola da Série Ouro a desfilar no sábado, 10 de fevereiro de 2024, precisa focar na melhora do canto, que tiveram oscilações em seu ensaio.
A união da Ilha do Governador, do Presidente Ney Fillardi fechou a noite, e foi a agremiação que mais sofreu com a instabilidade do tempo. Pois assim que começou seu desfile, a chuva forte que se manteve presente a noite toda na Sapucaí, piorou e virou um temporal torrencial.
Mas isso não foi suficiente para diminuir a garra dos componentes insulanos.
Com o enredo “Doum e Amora: Crianças para transformar o mundo!”, o carnavalesco Cahê Rodrigues quer falar da luta antirracismo inspirado no livro “Amoras”, do rapper Emicida, e em outras histórias infantis da Literatura Negra brasileira.
O intérprete Nego, teve um bom desempenho na condução do samba enredo com sua bela voz, contribuindo para o bom canto da escola.
Márcio Moura, coreógrafo da Comissão de Frente, em seu segundo ano na escola trouxe uma coreografia alegre e seus bailarinos estavam com os rostos pintados e trajando camisas com fotos de personalidades pretas.
Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete dançaram e brincaram a avenida toda. Em sintonia o casal bailou com passos precisos debaixo de muita água.
Mestre Marcelo Santos, comandou a Baterilha que embalou a escola com uma bela performance em meio a tanta chuva.
A rainha de bateria Juliana Souza, tirou a sandália e sambou descalça, encantando a todos com seu samba no pé.
A tricolor azul, vermelha e branca, demostrou em seu bom ensaio, estar disposta a buscar com seu canto forte, evolução e alegria, o título e o retorno ao Grupo Especial.
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