A Portela anunciou nesta sexta-feira (13) o enredo que levará para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2026. A escola da Águia renderá homenagem a Custódio Joaquim de Almeida, figura histórica de notável relevância para a cultura afro-brasileira.
Nascido em Ajudá (Golfo da Guiné) em 1832, Osuanlele Okizi Erupê, como era conhecido tribalmente, foi um dirigente africano que, exilado no Brasil, adotou o nome de Custódio Joaquim de Almeida e se tornou célebre como o “Príncipe de Ajudá” ou “Pai Custódio“.
Sua influência marcou o início do século XX em Porto Alegre (RS), onde consolidou religiões de matriz africana, com destaque para o Batuque. Curandeiro e líder religioso, sua residência era palco de festividades e cerimônias, e ele oferecia conselhos a diversas camadas sociais, incluindo importantes personalidades políticas da época.
Acredita-se que foi ele, inclusive, o responsável pelo famoso Bará do Mercado Público de Porto Alegre, um assentamento dedicado a Exu (Bará é uma das qualidades de Exu no Batuque gaúcho) que simboliza a abertura de caminhos e a proteção do local e oficialmente patrimônio histórico-cultural de Porto Alegre.
Custódio faleceu na capital gaúcha em 1935, aos 104 anos, deixando um legado de grande importância para a história e cultura afro-gaúcha. “O Mistério do Príncipe do Bará — A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande“, enredo, que promete uma imersão profunda nessa trajetória, é desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues.
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